Os 70 anos que a WAN-IFRA, está completando em 2018 “são uma marca memorável na defesa e promoção da liberdade de imprensa em todo o mundo”, afirmou Francisco Mesquita Neto na solenidade na qual passou o troféu correspondente às mãos do presidente da entidade internacional, Michael Golden.
A entrega do Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa de 2018 para a Associação Mundial, disse Francisco Mesquita Neto, é o justo reconhecimento do trabalho da WAN-IFRA no momento em que os valores da democracia, da liberdade, da tolerância e da livre circulação das ideias, estão sob ataque dos que preferem o autoritarismo.
O vice-presidente da ANJ destacou que a defesa da liberdade de imprensa hoje não diz respeito apenas ao assassinato e à prisão de jornalistas em função de sua atividade profissional ou ao fato de veículos de comunicação serem fechados, sufocados economicamente ou submetidos a censura. Além dessas “situações extremas”, afirmou, “cresce a descrença com a generosa ideia da democracia, do pluralismo, da convivência saudável de diferentes culturas e da tolerância com as diversas visões de mundo. Ao mesmo tempo, ganham terreno os que enxergam na liberdade de expressão e na liberdade de imprensa obstáculos incômodos, a serem removidos, e preferem as soluções fáceis do autoritarismo”.
“É preciso que nós, que fazemos jornalismo, que prezamos a liberdade de imprensa, estejamos sempre unidos, como estamos aqui, para defender, promover, festejar e premiar essa liberdade”, disse Mesquita, que encerrou suas palavras com uma saudação: “Longuíssima vida a essa associação! Parabéns aos jornais, aos jornalistas, e a todos que fazem do jornalismo um instrumento para que tenhamos um mundo melhor”.
Ao receber o prêmio, Michael Golden disse reconhecer o bom trabalho feito no Brasil pela ANJ e apontou três forças que ameaçam a liberdade de imprensa. A primeira é o ataque de políticos que desejam substituir a verdade por suas crenças pessoais. Ele afirmou nunca ter visto ataques como os feitos pelo atual presidente dos EUA contra os jornais e jornalistas.
A segunda força são as notícias veiculadas nas redes sociais, que passam por verdade, mas são falsas em sua maioria. A terceira é a perda da privacidade, na medida em que os cidadãos são escaneados pela internet. A invasão da privacidade e a desinformação causada pelas redes sociais são malignas e devem ser combatidas com rigor, concluiu.
Acompanhe como foi o evento nas imagens a seguir: