RESPONSÁVEL: The Two Sides Team 10/11/2014
Enviado por: Pamela Watters 30/10/2014
Aqui vão alguns dos benefícios de escrever utilizando papel e caneta.
Este artigo escrito por Catherine Pearson apareceu originalmente na página do Huffington Post em 12 de setembro de 2014.
Os estudantes aprendem mais digitando em um teclado ou escrevendo com papel e caneta?
Em 2013, Patricia Ann Wade, uma especialista em aprendizado da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, começou a investigar esta questão, que já havia sido levantada várias vezes por estudantes de medicina correndo contra o tempo. A resposta, como ela mesma viu, não é tão simples assim.
"Se eles estiverem em uma palestra, onde o professor fala tão rápido que mesmo se estivessem digitando, não conseguiriam captar tudo o que foi dito, eu diria, ‘Optem por digitar em vez de escrever’" Wade disse ao Huffington Post. "Se tudo o que estiver fazendo é agir como um escrivão, a digitação proporciona claros benefícios”. Mas ela também descobriu argumentos fortes que favoreciam os bons e velhos papel e caneta. No fim das contas, “quando se trata de aprendizado e relembrar a matéria do curso, a caneta é mais poderosa que o teclado," escreveu ela em uma postagem do blog sobre este tópico, para o site da faculdade de medicina.
Para os avessos à tecnologia e puristas da escrita, aqui vão alguns dos benefícios de escrever utilizando papel e caneta. (e sim, sabemos que você está lendo esta matéria – que foi escrita em um laptop – on-line).
Desafia o cérebro de várias formas diferentes.
Em um pequeno estudo publicado na primavera passada, os pesquisadores propuseram um teste em que os estudantes ouviram várias palestras TED e tomariam notas – à mão ou em computadores. Os estudantes que digitaram estiveram mais propensos a tomar notas integrais, o que “prejudica o aprendizado", concluíram os pesquisadores. E de fato, esses estudantes tiveram notas menores quando tiveram seus conhecimentos dos fatos e compreensão conceitual testados.
"Um estudo após o outro sugere que a escrita à mão é importante para o desenvolvimento do cérebro e da cognição", argumento de um artigo de 2010 da The Week, trabalho mencionado da psicóloga Virginia Berninger da Universidade de Wisconsin, que testou crianças em idade suficiente para frequentar escolas e descobriu que elas tendem a desenvolver mais ideias compondo uma redação à mão do que no computador. "Escrever abrange o uso da mão e dos dedos para formar as letras… os movimentos sequenciais dos dedos ativam várias regiões do cérebro associadas com o processamento e lembrança de informações," repete Wade.
Desacelera o seu ritmo. De uma forma boa.
Uma pessoa digita em média entre 38 e 40 palavras por minuto, o que apresenta claros benefícios, quando a velocidade é o principal objetivo. Escrever utilizando papel e caneta, por outro lado, “exige mais energia mental e envolve mais áreas do cérebro do que apertar teclas em um teclado de computador”, escreve Wade. E por ser mais lenta, a escrita à mão pode ser principalmente útil para estabelecer metas, brainstorming e a chamada “fase de recuperação do estudo”, argumenta ela – todas essas atividades exigem tempo e deliberação.
"Quando escrevemos algo, nossa tendência natural é fazermos isso o mais rapidamente possível, para terminarmos logo”, repete Thorin Klosowski, em uma postagem da LifeHacker sobre simplificar a vida utilizando papel e caneta. “O papel me desacelera e me força a pensar mais sobre o que estou fazendo”.
Limita distrações.
Existe um motivo para esse aumento de produtos e aplicativos bloqueadores de sites para incentivar a produtividade: De acordo com a Forbes, 64% dos funcionários visitam websites não relacionados ao trabalho durante o dia e 39% dizem que perdem pelo menos uma hora do dia navegando na internet. (8% dizem que passam entre 6 e 10 horas por dia em sites não relacionados ao trabalho, enquanto que 3% dizem que passam mais de 10 horas on-line!) com papel e caneta, as oportunidades para distração são mais limitadas: Existem devaneios (que podem ter, de fato, seus próprios benefícios) e desenhos, mas nada como as interrupções causadas por emails ou Facebook e Instagram…
Como foi dito por Dustin Wax na Lifehack, "A verdadeira ferramenta de escolha testada por dezenas de gerações de monges, filósofos e escrivães, o papel e a caneta ainda é uma escolha válida quando precisamos nos concentrar…”.
Transborda criatividade.
Esta última é impossível de ser quantificada, claro, mas como o escritor Lee Rourke explicou em uma postagem para o The Guardian (adequadamente intitulada "Porque a escrita criativa é melhor com a caneta"): "Para mim, escrever à mão é uma tarefa extremamente pessoal em que o mundo externo se fecha e somente meus pensamentos e o movimento da minha mão na folha me fazem companhia. Todo o processo me mantém em contato com a arte da escrita. É um laço profundo e ininterrupto entre o pensamento e a língua que a tecnologia parece encurtar assim que começo a utilizá-la”.
A legião de escritores famosos que utilizam somente papel e caneta propositalmente sugere que deva haver algo que aumente a capacidade criativa: Quentin Tarantino diz que escreve seus roteiros à mão, e disse ao Reuters, "Eu usava vermelhas e pretas [canetas]. Uma das melhores coisas de ser um escritor é que ter total liberdade para criar rituais estranhos que o deixam feliz e produtivo." Joyce Carol Oates agora escreve o primeiro rascunho de todos os seus livros com papel e caneta, assim como faz Jhumpa Lahiri, de acordo com o Mashable.