RESPONSÁVEL: Equipe Two Sides Brasil 13/06/2020
Confira o artigo original na página do Blog Canal Rural
Jornalista: Giovana Massetto
Apenas os papéis higiênicos tiveram 211% de aumento de consumo, nos primeiros dias após o decreto da pandemia
A pandemia da covid-19 gerou uma busca acentuada por produtos que tem como base a celulose. Os mais conhecidos e utilizados são as toalhas de papel, papel higiênico, lenços de papel, guardanapos e lençóis hospitalares. De acordo com levantamento da Kantar, no período de 16 a 22 de março, foi registrado um crescimento de 211% apenas na compra de papel higiênico. Neste contexto, surgem dúvidas quanto a utilização destes produtos. Afinal, qual a origem deste papel? E da celulose? Quando o papel é utilizado as florestas nativas são prejudicadas?
Primeiramente, vale esclarecer que os produtos citados são produzidos com um papel que tem nome próprio: tissue. Em comum, todos os produtos fabricados com papel tissue, devem atender a certos requisitos, como alto nível de absorção, maciez, baixa gramatura, flexibilidade e resistência à umidade. No processo de fabricação é importante garantir uma resistência mecânica à tração suficiente para os usos a que se destinam sem, no entanto, comprometer maciez e flexibilidade.
Segundo Fabio Arruda Mortara, country manager de Two Sides, organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias de base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação impressa, muita gente ainda fica surpresa quando descobre que a fabricação e o uso de papel, cartão e papelão faz crescer as florestas e a quantidade de árvores. “Todos sabem que papel é feito de árvores. O que nem todos sabem é que estas são cultivadas para esta finalidade. Da mesma forma como se planta algodão para a fabricação de tecidos, ou cana, para produção de combustível, plantam-se árvores para a produção de celulose e papel. Se o consumo de tecidos de algodão aumentar, será necessário ampliar as plantações para atender à demanda crescente. Se aumentar o consumo de álcool combustível, será necessário plantar mais cana. Da mesma forma, se mais pessoas utilizarem papel, mais árvores terão que ser plantadas”.
No Brasil, as árvores usadas como matéria-prima para celulose e papel são principalmente o eucalipto e, em menor quantidade, o pinus. O correto equilíbrio das suas fibras permite que o papel seja produzido. “O eucalipto é australiano e o pinus é norte-americano. Não há essas espécies nas matas nativas brasileiras. Essas árvores só existem aqui, se forem cultivadas. Para crescer, elas retiram carbono da atmosfera, ajudando a amenizar o efeito estufa e as mudanças climáticas”, justifica Fabio.
Um dos pontos mais importantes em relação as áreas utilizadas para o plantio é que há muitas décadas, elas já eram utilizadas para as atividades agropecuárias. “Não há substituição de matas nativas por matas cultivadas. Ao contrário, ao plantar as árvores que serão usadas como matéria-prima, as indústrias de celulose e papel ajudam a evitar que as matas nativas sejam destruídas. Além disso, a indústria brasileira de base florestal é responsável pela preservação de 5,6 milhões de hectares de ecossistemas nativos, ou seja, 0,7 hectares de matas preservadas para cada um dos 7,8 milhões de hectares de florestas cultivadas”, destaca Fábio.
Como saber se realmente não há impacto ao meio ambiente?… Acesse o blog e confira o final da entrevista.
Sobre o Floreta S.A
O Floresta S.A. surge de uma demanda do Canal Rural de divulgar as principais notícias e tendências do setor florestal, assim como apresentar ao público em geral os mitos e verdades sobre o segmento.
Relacionados
Portal do Papel entrevista Fabio Mortara
Correio Lageano entrevista Fabio Mortara