RESPONSÁVEL: The Two Sides Team 23/09/2015
Países que investiram profundamente em computadores nas escolas não tiveram nenhuma melhoria nos resultados, conclui relatório
Crianças que usam computadores com frequência na escola tendem a ter um desempenho pior do que as que os utilizam menos, de acordo com um relatório da OCDE (Organização para cooperação do desenvolvimento econômico) que lança dúvidas sobre a capacidade da tecnologia de melhorar os resultados de aprendizagem.
De acordo com um estudo da OCDE ( Organização para cooperação do desenvolvimento econômico) sobre o uso de tecnologia em escolas de 31 países (o Reino Unido não era um deles), as escolas ainda precisam explorar o potencial da tecnologia em sala de aula para combater a exclusão digital.
Os países examinados que investiram profundamente em computadores na educação não viram "nenhuma melhoria perceptível" no desempenho em leitura, matemática ou ciências, concluiu o relatório.
Estudantes que usam computadores na escola moderadamente tendem a ter resultados de aprendizagem "um pouco" melhores do que aqueles que os usam raramente, disse a OCDE. Mas aqueles que os utilizam com frequência se saem "muito pior", mesmo considerando as informações demográficas dos estudantes, acrescentou o think tank.
O relatório surgiu em meio a tendência crescente entre os "digerati" do Vale do Silício de enviar os filhos para escolas de Waldorf, que evitam tecnologia.
Também ecoam nos alto-falantes do BETT show deste ano as alegações de palestrantes de que as escolas têm desperdiçado bilhões em TI sem que haja melhoria nos resultados de aprendizagem.
A OCDE argumentou que garantir que cada criança atinja uma linha de base de proficiência em leitura ou matemática ajudará mais a criar oportunidades iguais no mundo digital do que subsidiar tecnologia.
"Os sistemas escolares precisam encontrar maneiras mais eficazes de integrar a tecnologia ao ensino e aprendizagem para proporcionar aos educadores ambientes de aprendizagem que aceitem pedagogias do século 21 e dar às crianças as habilidades do século 21 necessárias para que tenham sucesso no mundo de amanhã", disse Andreas Schleicher, diretor da OCDE para a educação e as competências.
"A tecnologia é a única maneira de expandir radicalmente o acesso ao conhecimento. Para cumprir o que a tecnologia promete, os países precisam investir de forma mais eficaz e garantir que os professores estejam na vanguarda da concepção e implementação dessa mudança."
Os países que participaram foram: Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Taipé Chinesa, Colômbia, Dinamarca, Estónia, França, Hong Kong-China, Hungria, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Coreia, Macau-China, Noruega, Polónia, Portugal, Federação Russa, Xangai, China, Cingapura, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Suécia, Emirados Árabes Unidos e os EUA.