As fake news sobre o consumo de papel
O consumo de papel tem sido alvo de debates. Embora o produto seja essencial para todos os segmentos da sociedade, o seu uso e produção têm sido questionados do ponto de vista ambiental.
Mas quem acredita que o papel é um vilão do meio ambiente muitas vezes não sabe o que é realidade e o que é mito sobre o consumo de papel. Tem muita fake news nos discursos contra o papel.
Neste artigo separamos informações importantes para você entender melhor sobre esse tema e conhecer o outro lado sobre o consumo de papel.
Desejamos uma excelente leitura!
Qual é o consumo de papel no Brasil e no mundo?
O Brasil não é um dos principais consumidores de papel do mundo, principalmente se comparado com países desenvolvidos.
Por aqui, cada habitante consome cerca de 43 kg de papel por ano, enquanto na América do Norte o consumo ultrapassa 200 kg e a média mundial é de 60kg, aproximadamente.
As razões dessas diferenças são o alto nível de desigualdade social, baixo nível educacional, altas taxas de analfabetismo, entre outras.
Dessa forma, um mito acerca do consumo de papel já pode ser desfeito: o de que há um consumo excessivo deste produto no país.
4 motivos que indicam que você e sua empresa podem consumir papel tranquilamente, mas sem desperdiçar
Todos devemos ter consciência e conhecer o impacto ambiental daquilo que consumimos. Todo o desperdício deve ser evitado. Só devemos consumir o que realmente precisamos. Mas se você ou sua empresa precisam usar papel, podem fazê-lo tranquilamente. O importante é reciclar todo o papel que puder, depois de usado. Separamos aqui fatos positivos sobre o papel e o meio ambiente.
1. Uso de florestas plantadas
Ao contrário do que se imagina, o papel não causa desmatamento. A produção da indústria de papel e celulose brasileira é oriunda de árvores plantadas.
Atualmente, cerca de 500 campos de futebol são plantados por dia no país para a fabricação de papel e outros produtos com origem semelhante.
Isso leva o Brasil a ter cerca de 9 milhões de hectares de florestas plantadas. As empresas que plantam essas árvores preservam outros 6 milhões de hectares de matas nativas.
Além disso, é importante destacar que as florestas nativas não são desmatadas para o plantio de árvores com a finalidade de produzir papel.
As áreas destinadas para essa finalidade são aquelas que já são utilizadas legalmente para agricultura e pecuária.
As árvores plantadas para a produção de celulose e papel ajudam a limpar o ar, tirando carbono da atmosfera, e combatendo as mudanças climáticas. Muitas vezes esses cultivos são feitos em áreas que estavam degradadas e ajudam a recuperar e proteger esses solos.
2. É possível reciclar
Algumas pessoas pensam que só se deveria usar papel produzido de materiais reciclados. De fato, papel é muito reciclado.
Em geral, cerca de 70% de todo o papel consumido no país é reciclado. Se considerarmos só as embalagens de papel, cartão e papelão, a taxa de reciclagem é de 83%. Somente alumínio é mais reciclado que papel.
Embora celulose nova seja produzida a partir de árvores plantadas, há muitas vantagens em reciclar papéis usados: economia de energia, redução de lixo nos aterros, apoio à subsistência de catadores e recicladores, entre outras.
Mas não dá para fabricar todo o papel novo somente de papel velho reciclado. Há aplicações para as quais o papel reciclado não pode ser usado. Com as sucessivas reciclagens a fibra de celulose vai perdendo suas qualidades e é necessário acrescentar fibras de celulose nova.
3. O mundo online tem um grande impacto ambiental.
O que é melhor: ler as notícias online ou no jornal em papel?
Bom, ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, não dá para garantir que a mídia eletrônica seja melhor para o meio ambiente. Pelo contrário, pode ser pior.
A energia usada para a “nuvem” funcionar produz uma enorme quantidade de gases do efeito estufa. O lixo eletrônico (celulares, computadores e tabletes velhos, além de baterias) é um dos que mais cresce no mundo. Pouquíssimo desse lixo é reciclado e ele contém muitas substâncias tóxicas.
Em comparação, o papel vem de árvores plantadas que limpam o ar, é muito reciclado e é biodegradável, levando poucos meses para ser decomposto no meio ambiente.
4.Geração de empregos
É importante destacar que esse segmento gera empregos em todas as suas fases, desde a plantação de árvores até a entrega do produto.
Apenas no Brasil, cerca de dois milhões de pessoas estão diretamente ligadas à produção a partir de árvores cultivadas, inclusive de celulose e papel. Ou seja, o papel tem uma grande importância para o desenvolvimento social do país.
Com isso, o consumo de papel permite que a sociedade se desenvolva de maneira positiva.
E isso, sem prejudicar o meio ambiente ou as gerações futuras.
Por que diminuir o consumo de papel atrapalha a aprendizagem educacional e organizacional?
Agora é importante destacar que substituir os livros e os cadernos de papel por eletrônicos pode prejudicar muito a aprendizagem.
No campo educacional, estudos já mostram que ler e estudar em livros físicos é mais efetivo para a aprendizagem e memorização.
E isso vale para o ambiente organizacional.
Embora as mídias eletrônicas apresentem vários benefícios, escrever, ler e anotar de forma física é melhor para nosso cérebro entender a mensagem.
Por isso, não se pode optar por um ambiente escolar 100% digital. É necessário manter os livros e os cadernos de papel. Uma escola só com eletrônicos vai ter um grande impacto negativo a médio e longo prazo para os envolvidos na aprendizagem.
O papel e a sustentabilidade
O papel é biodegradável, disso não há dúvidas.
O processo de biodegradação do papel leva poucos meses.
Mesmo assim, é melhor evitar que o papel usado vá parar no lixo. Isso porque o papel, ao se biodegradar, vira gases do efeito estufa novamente. Devemos usar só o necessário, sem desperdícios, e reciclar tudo o que for possível.
A prática do greenwashing em relação ao papel
Você conhece o greenwashing? Essa prática é muito usada para condenar o uso do papel no mundo.
Greenwashing consiste em fazer propaganda enganosa usando argumentos ambientais. Empresas e organizações praticam greenwashing para dizer que fazem mais pelo meio ambiente do que realmente fazem ou para aumentar seus lucros. As vezes o greenwashing contra o papel é feito por ignorância dos fatos – alguns profissionais dessas empresas de fato acreditam que papel desmata!
E, como mostramos neste texto, o papel não é o vilão do meio ambiente como muito se prega.
Ao contrário, ele pode ser a melhor alternativa quando comparamos com outros recursos que são mais prejudiciais para a natureza e o futuro do planeta.
Por isso, é importante ficar atento e pesquisar se os dados informados são reais ou mais um resultado de fake news.
Considerações finais
Um consumo consciente, de forma sustentável é fundamental para preservar o meio ambiente, com mais crescimento e gerando empregos.
Além disso, é preciso considerar as alternativas e seu real impacto antes de condenar o papel nos diferentes meios.
Afinal, ler um livro ou jornal físico ainda é a melhor opção para a memória, a rotina e o meio ambiente.