RESPONSÁVEL: Equipe Two Sides Brasil 19/07/2018
Notícias frequentes sobre guerras, atentados terroristas e crises econômicas levam muitos de nós a acreditar que a qualidade de vida global está piorando. Na verdade, é bem o contrário. Como nossa vida é breve, acabamos por olhar apenas um pedacinho da História, algumas poucas décadas de que somos testemunhas. No entanto, se estendermos nosso olhar para o período de vários séculos, ficará claro que vivemos hoje muito melhor que nossos antepassados. Sob qualquer critério é certo que a humanidade tem evoluído para melhor. Qualquer família de classe média em São Paulo vive muito mais e melhor que a realeza na Idade Média.
No entanto há questões urgentes que a humanidade tem que enfrentar e resolver, para garantir a continuidade desse progresso. O resgaste de grandes grupos populacionais que vivem em extrema pobreza, por exemplo, é um desafio. Outro, que deveria preocupar a todos, é a questão ambiental. Felizmente, cada vez mais pessoas e governos estão decididos a agir, embora haja alguns retrocessos conjunturais.
A questão ambiental envolve, basicamente, três aspectos. O primeiro é a contaminação dos ecossistemas com vários tipos de detritos que, por não serem biodegradáveis, não voltam a fazer parte dos ciclos naturais de transformação. Embora muitas vezes possam ser reciclados frequentemente isso não acontece.
Outro aspecto é o uso abusivo dos recursos naturais. Matérias primas não renováveis, extraídas continuamente, podem ter suas reservas esgotadas comprometendo a sustentabilidade econômica. Solos usados intensivamente e sem o manejo adequado também podem se tornar inúteis. O desmatamento pode promover a desertificação de extensas áreas.
O terceiro desdobramento da questão ambiental é a elevação das temperaturas médias do planeta por conta do efeito estufa, causado pela contaminação da atmosfera com diferentes gases, principalmente o dióxido de carbono.
Assim, o contínuo progresso da humanidade vai depender de conseguirmos equilibrar crescimento econômico com a redução drástica dos impactos ambientais e, ao mesmo tempo, com a melhor distribuição dos benefícios desse progresso.
Nesse contexto as embalagens têm grande importância. O fato de não consumirmos as embalagens, mas sim os produtos que contêm, levam muitos a crer que elas são inúteis e que poderiam ser dispensadas. Consumir menos, dispensar o que é inútil, podem ser atitudes sensatas em prol do meio-ambiente. No entanto, a maior parte das embalagens ajuda a aproveitar melhor os recursos naturais, evita desperdícios e melhora a distribuição de riquezas.
As embalagens não surgiram sem uma razão forte. Proteger alimentos e outros produtos durante seu armazenamento e transporte reduz muito as perdas desses itens. Muito mais alimentos seriam descartados e desperdiçados se não fossem adequadamente embalados. Mais e melhores embalagens são necessárias para que recursos utilizados na produção sejam mais bem aproveitados e isso é bom para o meio ambiente. Havendo mais bens em boas condições à disposição, mais baratos eles serão e mais acessíveis às populações de baixa renda.
Então, não é boa ideia eliminar as embalagens das nossas vidas e isso nem seria possível. O que deve ser feito é produzir embalagens que tenham o menor impacto ambiental possível, de modo que sua utilização traga vantagens ambientais e sociais e não prejuízos.
Considerando os três aspectos mencionados acima, uma boa embalagem deve ser, preferencialmente, biodegradável, para que não se torne um detrito eterno, a poluir terras e mares. Deve ser produzida a partir de matérias primas renováveis e, se possível, contribuir para mitigar o aquecimento global.
As embalagens de papel cartão atendem a esses requisitos e são, portanto, as mais adequadas à preservação do meio-ambiente. Essas vantagens têm sido reconhecidas nos países mais desenvolvidos, tanto por empresários quanto pelos consumidores e, por isso, o aumento do uso de embalagens de cartão é uma tendência mundial.
O instituto de estudos “Smithers Pira”, da Grã-Bretanha, publicou recentemente os resultados de uma pesquisa realizada nos cinco maiores mercados europeus – Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Espanha. Foram entrevistados os principais varejistas e donos de marcas a respeito de suas percepções quanto ao tema embalagens e sustentabilidade. Algumas conclusões:
Cartão é feito de celulose, que é extraída de árvores. No entanto, ao contrário do que muita gente pensa, toda celulose produzida no Brasil vem de árvores plantadas e nada vem de matas nativas. Trata-se, portanto, de matéria prima renovável que não esgota os recursos naturais. Em alguns países usam-se árvores nativas, mas para cada árvore cortada outras são replantadas de modo a garantir o crescimento das florestas. Na Europa, por exemplo, as florestas que fornecem madeira para a fabricação de papel, cartão e de outros produtos têm crescido 44.000 km2 nos últimos dez anos. Isso é mais que a área de 1.500 campos de futebol a cada dia.
A água utilizada na fabricação de celulose e papel não é perdida ou inutilizada. Mais de 90% do que foi empregado nos processos industriais é devolvido ao meio ambiente em condições adequadas segundo os critérios legais. Frequentemente isso significa que a água devolvida é mais limpa do que a que foi captada dos rios.
As árvores que são plantadas constantemente para garantir o suprimento de matéria prima para as fábricas de celulose, contribuem para redução do efeito estufa. Elas crescem capturando carbono da atmosfera pelo processo de fotossíntese, ou seja, limpam o ar.
Papel e cartão são altamente reciclados e biodegradáveis. A taxa de reciclagem desses materiais no Brasil chega a 64%, segundo a Associação Nacional dos Aparistas – ANAP – e esse número tende a crescer. Na Europa a reciclagem de papel e de cartão alcança 82%. Mesmo a fração que ainda não é reciclada será reintegrada ao ciclo natural e não se tornará um resíduo eterno.