RESPONSÁVEL: The Two Sides Team 12/05/2015
iTimber: Apple faz parceria com o Fundo de Conservação para Gerir as Florestas de Trabalho
Este artigo de John Greene apareceu originalmente no site da Forest2Market
No início deste mês, o Fundo de Conservação (CF – The Conservation Fund) anunciou sua parceria com a gigante mundial de tecnologia Apple, Inc. (NASDAQ: AAPL) na aquisição de 36.000 hectares de floresta no Leste dos EUA. Dirigido por meio da subsidiária do CF, o Fundo das Florestas de Trabalho (WFF – Working Forest Fund), a porção de terra recém-adquirida inclui 32.400 hectares dentro da Floresta Reed no Maine, bem como 3.600 acres na Floresta Brunswick no sudeste da Carolina do Norte. Apesar do WFF ser responsável pela aquisição e gestão de mais de 400.000 hectares de florestas em 13 estados desde a sua criação em 1998, esta última parceria serve para destacar a crescente necessidade de gestão ambiental razoável a nível corporativo e, mais importante, ampliar a educação do consumidor por práticas sustentáveis de silvicultura.
Por seu lado, o WFF tem um novo parceiro de alto nível com bolsos muito profundos para ajudá-lo em seu esforço para proteger terras florestais dos EUA. Enquanto o WFF estiver de fato no ramo de conservação da terra, os seus objetivos e, por extensão, as suas metodologias, diferirão substancialmente de muitas outras organizações sem fins lucrativos e ONGs engajadas na proteção e gestão de recursos. Conforme o WFF atesta através do seu website, "Nosso objetivo é assegurar o papel vital das florestas no fornecimento de ar e água limpos, no habitat de animais selvagens e nos benefícios econômicos para as comunidades no país todo”.
A distinção importante neste caso é que o WFF compreende a importância ecológica e econômica de manter as florestas de trabalho. A organização acrescenta: "Nós oferecemos uma fonte específica de capital temporário e de curto prazo, e, para cada propriedade, podemos desenvolver e implementar planos de gestão sustentável das florestas, e colocar garantias de conservação. Nós, então, devolvemos a terra florestal para a propriedade privada ou gestão do órgão público, de modo que cada propriedade permaneça uma floresta de trabalho protegida, impulsionando sua economia local através da manutenção de postos de trabalho". Com uma estrutura de propriedade e de gestão que reconhece a importância da manutenção das florestas de trabalho, este acordo deve beneficiar as indústrias de produtos florestais e as economias locais do Maine e da Carolina do Norte.
Sempre visionária, a Apple domina a arte de criar evangelistas da marca muito antes dela se tornar um slogan corporativo. Enquanto a Apple tem sido popular entre os designers gráficos e jornalistas durante décadas, a empresa tem realmente sido apenas um nome familiar, uma vez que mudou a forma como ouvimos música com a introdução do iPod em 2001. Desde então, os entusiastas da Apple – um dos consumidores mais fiéis no mundo – têm aumentado exponencialmente, o que, dada a parceria com o WFF, oferece uma oportunidade incrível para a exposição da indústria florestal e para a educação dos consumidores em uma escala enorme.
Como a sustentabilidade ambiental continua a ser notícia, a Apple está liderando pelo exemplo, demonstrando que pode gerar receita, mantendo as políticas de gestão ambiental. Com um lucro de 74,6 bilhões de dólares (sim, bilhões com um "b") no 1º trimestre de 2015, a gigante da tecnologia entende que os lucros a longo prazo podem – e muitas vezes devem – ser apoiados por políticas duradouras de gestão dos recursos. Se você já adquiriu um produto da Apple, você conhece a propensão da empresa para o projeto substantivo, que se estende até suas apresentações e embalagens distintas dos produtos. Você pode imaginar o grande volume de papel e fibra que a Apple utiliza em um único ano em uma base global apenas para manter essa embalagem nova e atraente?
Para lhe dar uma ideia do que esse número parece, Lisa Jackson, vice-presidente de iniciativas ambientais da Apple, quantificou o uso de papel da empresa em relação aos 36.000 hectares recém-adquiridos através do WFF: "A produção anual coletiva de fibra de papel a partir destas duas florestas é equivalente a quase metade da fibra virgem que foi para as embalagens de iPhone, iPad, iPod, Mac, e Apple TV no ano passado”. Isso é um monte de papel.
Ainda mais importante para a indústria de produtos florestais, Jackson disse: "A Apple acredita que o papel, como a energia, pode ser um recurso renovável. Assim, a Apple está se esforçando para fornecer 100 por cento das fibras virgens utilizadas no seu papel e embalagens de florestas geridas de forma sustentável ou de fontes de madeira controladas". Como defensores da indústria de produtos florestais e gestão/boas práticas silvícolas, a importância desta proclamação não pode ser exagerada… por isso vou repetir: "A Apple acredita que o papel, como a energia, pode ser um recurso renovável”.
Basta imaginar as oportunidades educativas que surgem a partir da afirmação acima: fatos e números florestais, práticas de sustentabilidade, processos de fabricação e gestão dos recursos, mercados de energia renovável, etc. Através de sua parceria com o Fundo de Conservação, a Apple está corajosamente iniciando uma nova conversa que exclui os pontos de discussão ecológico-alarmistas de sempre e, em vez disso, se concentra em soluções econômicas e ambientais sensíveis para o futuro. As maiores indústrias florestais e de produtos florestais devem apoiar esta parceria e, mais importante ainda, usar a oportunidade para participar das conversas e fornecer educação tangível em uma área que tem sido de outra forma dominada pela desinformação.
Fonte: John Greene, website Forest2Market (republicado com permissão). Foto: Two Sides North America.
http://blog.forest2market.com/apple-conservation-fund-working-forests